quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sem Tempo...

Oi gente. Sei que este blog está com uns dias de atrazo e ainda não vai ser hoje que eu vou atualizá-lo propriamente. É que escrever sobre viagens requer tempo para tomar informações certas e não mandar vocês para uma roubada, né?
Tempo que atualmente não estou tendo... Vai chegando o final de ano e todo mundo resolve casar e fazer festa e como alguns de vocês sabem eu não vivo da escrita,quem dera se assim fosse, tenho um ateliê onde fabrico justamente aqueles bolos imensos de andares todos decorados e mais doces, canapés, sobremesas, bem-casados,brindes comestíveis,panetones,enfim...e daí que o ateliê está lotado (ainda bem né?) e eu sem tempo.
Para piorar minha vida, minha filhinha achou de ficar de quarta avaliação, sobrando para a mamãe aqui que tem que ensinar matemática, português, ciências e enquanto adoraria estar pensando na rota dos vinhos para vocês, fico maior parte do tempo tentando me lembrar de polígonos, números fracionários e falésias...Ser mãe é isso, tem que participar! Ando me lembrando daquela parte da música Eduardo e Mônica da Legião, que dizia que "nessas férias não vão viajar, porque filhinho de Eduardo tá de recuperação, tananammmm".
Pronto, virei a Mônica...
Mas aguardem só mais um pouco que para a semana estarei aqui, quem sabe até antes.
Bisousssss

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Rota dos Vinhos:De Reims ao Vale do Loire de Carro

Ok, saimos de Reims com destino à Tours, que é a capital da região do Vale do Loire. A primeira coisa que você precisa saber é que existe um site, o da Michelin,que dá a rota completa de todas as distâncias de carro entre viagens pela Europa. É muito simples, você digita a cidade de partida e a de chegada e o site simplesmente te passa o mapa bem explicadinho de como chegar lá.Então de Reims até Tours teremos umas três horas de viagem, a maioria por auto estrada ou autoroutes,e posso dizer a vocês por experiência própria que as auto-estradas européias são excelentes e muitíssimo bem sinalizadas!
Chegando ao Vale do Loire, a pedida é ir visitar os três maiores castelos da região, Chambord, Chenonceau e Cheverny. Gosto especialmente de Chenonceu,


o castelo que foi moradia de muitas rainhas da França, incluindo a famosa Rainha Margot.
Recomendo que fiquem hospedados ao menos por uma noite no Vale, pois acho que vale a pena (com o perdão do trocadilho) também visitar a cidade de Tours,

o castelo de Amboise e sua linda cidadezinha medieval


e os jardins de Villandry:


Para quem é apreciador, outra dica é fazer degustação de vinhos nas adegas de Vouvray, Borgueil, Montlouis e Chinon.

Uma vez dormindo no Vale do Loire, que tal ficar num autêntico castelo?
Sugiro o Chateau D'Artigny, com diária à partir de 190 euros e que pertenceu ao famoso perfumista François Coty, este aqui da foto:


Viagem de sonhos esta, não?
Amanhã, de Tours para Aquitaine,a região de Bordeaux.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Rota dos Vinhos e Chateaux na França

Hoje começarei a publicar uma série de posts sobre como fazer a rota dos vinhos franceses passando pelos inúmeros castelos da região.
Saíndo de Paris existem várias maneiras de fazer esta viagem: dentro de uma excursão com guias especializados, de trem ou alugando carro.
Se optar pela excursão sugiro darem uma olhada no site da Cityrama. Eu muito provavelmente iria de carro, pois assim se fica mais livre para ir parando onde se quer e bem entende.
Uma passagem de trem saindo de Paris com destino a Bordeaux sai mais ou menos por uns 80 euros e demora umas 3 horas para chegar.
Então vou começar a escrever sobre uma viagem saindo de carro alugado em Paris e seguindo por um roteiro de 6 noites que compreenderá Reims e a região de Champagne, Vale do Loire, Aquitaine, Bordeaux e Saint Emilion.
A primeira coisa a fazer é alugar um carro. Numa breve pesquisa descobri que o aluguel de um carro médio tipo station wagon (o Laguna Wagon da Renault, por exemplo) com capacidade para 4 pessoas e suas bagagens daria uma faixa de preço entre R$ 1.600,00 a R$ 2.000,00 pelo total de dias.
Saindo de Paris, sugiro começar a viagem por Reims`a 45 minutos da capital francesa.
Claro que o objetivo desta viagem é visitar as principais produtoras de champagne, como a Pommery, Veuve Clicquot, Moet et Chandon, Mumm, Taittinger entre outras.
O horário de visitas acontecem na sua maioria de segunda à sábado sempre que se forma um grupo de pessoas suficiente para o passeio e o número de taças servidas depende do tipo de ticket que você comprar.
Vinhedos da região de Champagne:


Mas além das produtoras de champagne Reims também tem pelo menos duas grandes atrações como a Catedral de Notre Damme e o Palácio de Tau.Esta foto é da Catedral:


Visite-os portanto.

Para se hospedar, sugiro que fiquem no hotel Hostellerie La Briqueterie que é um 4 estrelas no coração da região de Champagne, muito bonitp e simpático e que faz parte da rede Relais & Chateaux, com diárias à partir de 190 euros.
Em frente ao Palácio de Justiça encontra-se o Café du Palais que serve boa comida a preço de bistrô.Lembrando de que depois de tantas taças de champagne é imprescindível que se coloque alguma coisa no estômago, não é mesmo?
Amanhã publicarei a continuação, saindo de Reims e seguindo para o Vale do Loire.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Natal Em Paris

E como não consigo ficar muito tempo sem falar da minha amaaaaaada Paris e aproveitando que já estamos perto do natal, que tal ver como é a cidade luz em época de papai-noel?

Champs Elysées iluminada:



Fachada das Galleries Lafayette:


Interior das Galleries Lafayette. Repare na grande árvore que a Chanel montou:


Fachada do hotel Le Bristol:


Decoração de natal da Printemps:


Patinação no gelo em frente ao Hotel De Ville:


Paris no clima:


Vitrine da Ralph Lauren:


O "bolo" de natal criado por Givenchy a pedido da famosa casa Lênotre:


Geeeeeeeeente, quem estiver a fim de me dar um presentão de natal, adoraria ganhar passagens+ diárias no Le Bristol+ vale-compras nas Galleries Lafayette, aliás fica logo a dica para os meus amigos invisíveis da vez...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Natal Em Nova Iorque. Corra Que Ainda Dá...

Ontem comecei a arrumar a minha casa para o natal. É muito bom enfeitar a árvore quando se tem crianças em casa, meus filhos ficam o tempo todo querendo me "ajudar" e vão colocando as bolas de natal aqui e ali, depois quando acaba sem que eles percebam eu vou ajeitando uma ou outra coisa que não ficou boa e no final fica todo mundo satisfeito e orgulhoso de sua criação.
Lembro-me que quando tinha 12 anos fui morar com minha mãe nos Estados Unidos e lá passei um natal de sonhos, com direito a dezenas de presentes, lareira com meiões pendurados cheios de doces e visita a Disneyland na manhã do dia 25 de dezembro.Simplesmente inesquecível!
Anos mais terde fui a Nova Iorque com meu marido também pela época de natal e realmente fiquei com a impressão de que nenhum outro país sabe aproveitar melhor o clima natalino como os E.U.A...
Sabe andar pela rua e dar de cara com uma árvore de natal humana cantando White Christmas? Pois é, isso acontece por lá.
Avenidas enfeitadas, flocos de neve caindo, árvores iluminadas por todo o canto, papai-noéis em todas as esquinas e gente, muita gente, principalmente nas imediações da Broadway e do Rockfeller Center, a expressão máxima do natal na cidade com sua famosa árvore gigante.
Se você está pensando em proporcionar para os seus filhos uma experiência de sonhos, ou simplesmente quer passar um natal inesquecível com sua cara-metade, veja estas fotos:
Dois ângulos do Rockfeller Center:



O Hyatt Hotel onde me hospedei com meu marido:


Fachada da Macy's


Vitrine da Bloomingdale's


Assista à um musical da Broadway cujo tema seja natalino, visite as grandes lojas e enfrente a enorme fila que se forma para ver de perto as vitrines de natal, leve seus filhos na Fao Schwartz, a loja de brinquedos mais linda do mundo imortalizada por Tom Hanks no filme Quero Ser Grande, visite o museu de cêra Madame Tousseau, patine no gêlo no Rockfeller Center e lanche no Dean & De Luca como fazem os novaiorquinos.
Almoce no Tavern On The Green que fica dentro do Central Park e arrisque jantar no chic Le Circle, fazendo as reservas com bastante antecedência.
Se a crise econômica mundial não for um problema para você, ainda dá tempo de sentir o gostinho de natal de Nova Iorque, várias operadoras oferecem pacotes para esta época.
Ai, natal em Nova Iorque, que saudade que me dá...

James Bond e Luxo

Ontem fui ver o novo episódio da franquia 007, o Quantum Of Solace.
Achei o filme bem legal, como já imaginava e cheio de cenas de muita ação, o que realmente me faz pensar que estamos na era da força física e não mais da antiga sutileza e porque não dizer elegância com que os antigos double o seven resolviam suas pendengas.
Senti falta, por exemplo, das marcas registradas do super agente, como a champagne que só podem ser Taittinger, Bollinger e Dom Perignon.
E mais do que tudo, das locações cheias de charme dos filmes de outrora. Neste quesito, aliás, o Cassino Royale foi um verdadeiro cartão postal.
Lembro-me bem que fiquei completamente fascinada com a beleza de uma das locações, justamente a cidade e o hotel onde James fez o Le Chiffre engolir a seco quando ganhou uma partida de pôquer depois de ter sofrido um enfarte provocado pelo seu inimigo da vez...
Lembrei-me então que este hotel eu já tinha visto antes, em outro filme, desta vez uma despretensiosa comédia estrelada pela ótima Queen Latifah que leva o nome de As Férias de Minha Vida (2006).
Investiguei e descobri que o maravilhoso hotel é o Grand Hotel Pupp, localizado no centro de Karlovy Vary, na República Tcheca.Com mais de 200 anos de história, o Grand Hotel Pupp já recebeu hóspedes do quilate de Johan Sebastian Bach, o czar russo Pedro, O Grande e a imperatriz da Austria Marie Therese dos Habsburgos.
Os gênios compositores Richard Wagner, Antonín Dvořák e Ferenc Liszt também fizeram parte da lista de hóspedes do hotel, que mais recentemente recebeu as visitas de Whoopi Goldberg, ator Gregory Peck, Alan Alda, Michael Douglas, a atriz italiana Ornela Muti além do mundo político representados por personalidades como o rei da Espanha Juan Carlos.
Querem ver fotos?
Do hotel:





Da vista do quarto:

Da linda cidade Karlovy Vara:




Apesar da opulência, o Grand Hotel Pupp é um luxo acessível para quem quiser gastar um mínimo de 154 euros, que é como começa a diária de um quarto duplo no hotel, em baixa temporada. Agora, para quem quer e pode se hospedar com o mesmo luxo de James Bond, sugiro a suíte presidencial, pela bagatela de 1.500 euros a diária.
James Bond pode até arriscar a vida, mas não arrisca nada quanto o que está em jogo é luxo e conforto. Disso, ele entende!

Serviço:
GRANDHOTEL PUPP DE LUXE
MIROVE NAMESTI 2A
KARLOVY VARY KARLOVY VARY 36091
Czech Republic

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O Que Fazer Quando A Mala É Extraviada?


Na minha última viagem, aconteceu o pesadelo básico de todo turista: minha mala foi extraviada e não chegou logo quando eu aterrisei em Barcelona.
O que fazer quando algo assim acontece?
Bom, em primeiro lugar é bom saber nem que seja um pouquinho de inglês se a viajem é no exterior, pois você precisará explicar o que aconteceu e dar informações sobre como é a sua mala: tamanho, cor, modelo, etc...
A primeira coisa a fazer quando se viaja principalmente ao exterior é providenciar uma mala de mão que contenha algumas peças de roupas e acessórios básicos como duas mudas de roupa íntima, uma calça comprida, uma blusa de malha e uma blusa mais fina para sair à noite. Também é bom levar escova de dentes, desodorante e aquelas amostrinhas de perfume que toda mulher tem em casa, lembrando que na mão só se pode levar até 100ml de líquido e até 5 kg de peso.
Se a mala se perdeu você deve imediatamente procurar o balcão específico para apresentar a queixa. Descreva a sua mala com o máximo de detalhes e jamais viaje sem que a mala esteja identificada.Daí você vai receber um documento com o número de protocolo desta queixa.O nome deste documento é RIB.
Se a empresa se negar a fornecer o RIB, procure o balcão da ANAC que vai intimar a empresa e tomar as primeiras providências para que você receba sua mala de volta.
A companhia aérea tem o direito e o dever de lhe devolver a mala em 24 horas sem ter que pagar nada a você por isso. Depois deste prazo ela é obrigada a lhe pagar uma quantia que cubra despesas provenientes da perda, como para compra de roupas, etc...A TAM por exemplo, paga ao passageiro 50 U$ por dia enquanto a LAN paga em torno de 100 U$
Portanto levem este valor em consideração na hora das compras.O viajante também tem a opção de declarar todo o conteúdo da mala antes do embarque, para isso as empresas aéreas cobram uma pequena taxa. Acho válido quando se quer levar um casaco mais caro ou bolsa de marca, desde que tenha a note fiscal para apresentar e comprovar o valor da mesma...Lembrando que jóias, aparelhos eletroeletrônicos, documentos e valores em dinheiro não são aceitos na declaração.
Se o conteúdo da mala não for declarado, a empresa aérea pagará uma indenização em torno de 400 U$, não mais que isso. SE o viajante ainda assim se encontrar insatisfeito, deve procurar o PROCON para abrir queixa e tentar uma indenização maior.
Algumas pessoas tentam, na volta, abrir processo contra a empresa aérea cobrando indenização por danos morais e aí, muita gente tenta levar vantagem. Acreditem, já ouve gente pedindo indenização de empresa por ter perdido na mala extraviada a aliança de casamento! Ora, quem vai acreditar???
Outra coisa importante é que a mala só é considerada oficilamente extraviada caso ela não reapareça em 45 dias.
Por isso, o melhor é rezar para que esse terrível incidente jamais aconteça com a gente.
No meu caso, a empresa me devolveu a mala em 24 horas. Tive despesas decorrentes do fato, pois acabei tendo que comprar algumas peças de roupa para passar o dia, tipo camiseta e tal, mas acabei incorporando às infalíveis comprinhas de viagem e pronto...
O negócio é torcer para que não aconteça com a gente, levar na mala o mínimo de objetos valiosos possíveis e trazer na mala de mão o indispensável para passar pelo menos um dia e meio sem mala.
Ok?

sábado, 8 de novembro de 2008

Vou Voltar Pra Minha Terra...

Último dia em Lisboa e resolvemos terminar por onde a maioria começa: visitando a Torre de Belém, o Padrão do Descobrimento e o Mosteiro dos Jerônimos. Não sei nem dizer qual o mais lindo!
Mosteiro dos Jerônimos

Padrão do Descobrimento

Torre de Belém


O que vocês acham?
Com este céu azul que estava fazendo em Lisboa qualquer fot sai bonita, não é mesmo?

Depois do passeio fomos à tradicionalíssima Fábrica de Pastéis de Belém, onde nos acabamos de tanto comer bolinho de bacalhau e, claro, os tão falados pastéis.
Já tinha comido antes mas o tempo vai passando e a gente acaba esquecendo do quanto eles realmente são melhores de todos os outros fabricados por aí...

Era nosso último dia, ainda tinhamos umas comprinhas para fazer e nem deu para aproveitar como eu mais gostaria, que é sentando em um café e ficar vendo a vida passar. Até sentamos, no À Brasileira bem no coração do Chiado e reduto de gente descolada, mas não deu pra ficar muito tempo, pois outra atração ainda nos aguardava:

O Fado!

Fomos assistir à um show de Fado na casa O Faia, bem tradicional, claro que cheio de turistas, mas com cardápio ok, um bacalhau à lagareira mais do que satisfatório

e excelentes cantores. Para quem gosta de fado, recomendo! Eu adoro! Assisto e fico com vergonha de mim mesma pois logo desato a chorar, emocionada. Será que numa outra vida já fui lisboeta?

E ao final do Fado, rumamos para o Bairro Alto atrás de mais agito. Gente, aquilo estava uma loucura, um verdadeiro círio de nazaré, ordas e ordas de jovens em cada cantinho das ruas, os bares lotados, muita música, definitivamente a noite mais agitada da Europa. Não imaginava isso dos nossos irmãos portugueses, que surpresa boa!

E depois, hora de se despedir. E a coisa mais difícil, despedir-me do meu irmão, com aquela dor no coração que só eu sei como é. Dor de deixar para trás um pedaço da gente, que eu não sei quando terei perto de mim novamente.
Minhas viagens para a Europa são sempre assim, intensas, maravilhosas e com despedida triste no final. Já me acostumei, já sei que vai ser sempre assim, mas que dói quando chega a hora de dizer adeus, isso dói.
A noite acaba, meu irmão vai ficar curtindo mais um pouco, o último abraço do dia, e do ano. Entro no taxi chorando baixinho que é pra não entregar, sou uma menina orgulhosa. E sigo chorando até o hotel...
E no hotel lembro que tenho coisas para colocar na mala, não posso esquecer da mala de mão, dos presentes das crianças, amanhã vou ver meus filhos de novo, estou morta de saudades deles, ai a minha caminha me esperando, finalmente vou poder dormir sossegada e aí paro e penso que amo sim viajar, mas voltar para casa também tem o seu valor.
Lembro do meu querido irmão que vai continuar sua vida como imigrante europeu e de mim, que amanhã já não serei mais a turista-louca-por-novidades e sim a mãe da G, J e J.P
Uma lágrima ainda corre no rosto. É a lágrima que fica. O que vai no meu rosto, é um largo sorriso de saber que ano que vem estarei eu aqui novamente, talvez não em Lisboa mas certamente no Velho Mundo descobrindo novas coisas , novos caminhos e histórias antigas. Ano que vem.
Pois amanhã, o dia será dos meus filhos!
E assim é a minha boa e doce vida.
Próximo post, novos assuntos... Beijo.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Meu irmão e o Pavilhão Chinês


Eu, magérrima e com uns 10 anos, na companhia do meu irmão da mesma idade, na fazenda de nosso pai, chamada Santa Julia que na minha opnião deve ter algo a ver com a imagem que meu sonhador papai tinha de sua filhinha...
Hoje vou contar duas histórias: uma de uma das pessoas mais marcantes que já conheci, meu irmão. A outra, de um dos lugares mais diferentes que já fui: o Pavilhão Chinês.
Meu irmão e eu nascemos com a impressionante diferença de apenas 10 meses de idade. Isso equivale a dizer que quando eu tinha apenas 1 mês de vida, minha mãe se descobriu grávida novamente o que por si só já dá a ela direito a reserva de camarote vip de seu lugar ao céu!
Portanto eu literalmente cresci com ele.
Quando crianças e mais adolescentes brigávamos alucinadamente! Eu, a festeira, popular, bagunceira e até um pouco egoísta, dessas que acha que sua própria diversão vem sempre em primeiro lugar, reconheço.
Ele, o intelectual, reservado, tímido, organizado, detentor das melhores notas de todo o colégio, o queridinho de minha mãe, eu sempre fui mais a menininha do papai.Tenho certeza de que nossos pais esperavam papéis bem diferentes do que hoje temos. Acho que minha mãe via o meu irmão empregado em alguma multinacional, pai de familia, sossegado e calmo. E eu, acho que nem me atrevo a pensar o que ela achava que minha vida seria...
O fato é que em algum lugar de nossas vidas, nossos papéis se inverteram. Ele rompeu com os paradigmas e com tudo o que esperavam dele e foi viver sua vida intensamente. E eu me descobri feliz sendo a (não tão) calma esposa de um advogado e mãe de três filhos.
E acho que isto foi fator decisivo para que nós nos aproximássemos e nos entedessemos como ninguém. Pois onde estou hoje, ele já esteve. E onde ele está hoje eu também já estive.Ele sabe o que é ter a pressão de continuar mantendo a imagem do que agora esperam de mim, que é ser o mais próximo da perfeição o tempo todo. E eu sei que não é fácil ter a imagem de bad boy quando na verdade tudo o que se quer é ser verdadeiro consigo mesmo e viver a vida em que acredita!
Será que quando ele ler isto vai concordar comigo?
Eu e meu irmão vivemos separados pela enorme distância de um oceano, 12 horas de avião e alguns milhares de euros. Acho que o amor que sentimos um pelo outro é maior ainda que a distância que nos separa. E assim,nós tentamos sempre nos encontrar o mais que seja possível e este ano conseguimos o feito por duas vezes, uma em julho, em Paris que é nossa cidade favorita, outra agora nesta viajem em Lisboa.
E foi no Pavilhão Chinês que marcamos o nosso encontro, sempre tão esperado!
O Pavilhão Chinês é diferente de tudo o que eu esperava encontrar em um bar em Lisboa. Primeiro porque não tem cara de chinês. Soube que o lugar foi uma antiga mercearia que já tinha este nome, no princípio do século XX.
Quando se chega ao Pavilhão Chinês, que possui uma fachada simples e discreta, se encontra a porta fechada. Toca-se a campainha e espera-se o garçom que abre a porta e nos conduz para uma viagem ao espanto.
Não sei qual a impressão maior: se entramos na casa de uma tia maluca que tem por mania guardar todas as quiquilharias do mundo ou se estamos diante de algum museu excêntrico, desses que a gente encontra em Londres ou Amsterdam.



A primeira imagem é da minha câmera, as outras peguei
aqui
e aqui

É que o lugar, enorme, cheio de salas, é repleto de prateleiras e armários envidraçados abarrotados de coleções que vão desde a soldadinhos de chumbo, bonecas de porcelana, aviõezinhos de guerra, à uma espetacular coleção de bonecos fazendo aquela expressão com os braços que indicam que estão dando uma banana,sabe? E quando eu digo abarrotado, é abarrotado mesmo, do chão ao teto.
Depois de uma breve circulada pelo lugar, sentamos na sala principal e nos deparamos com mais uma surpresa: o livro cardápio,uma obra de arte de 82p em formato livro, repleto de ilustrações divertidas, da autoria de Luís Pinto Coelho, e que reportam à cultura boémia, dos clubes ingleses ou dos cabarés franceses, entre a caricatura e uns toques de erotismo, com muitas pin-ups à antiga.
Chás, chás e mais chás,do Ceilão, Índia, Formosa, China, Japão, Geórgia, Nepal ao Quénia, fazem parte do menu...
A lista de cocktails também é enorme e praticamente tudo o que você ousar beber, encontrará ali.
Somente para comer é que não se acha muita coisa, alguns sanduíches, embutidos e só.
Na última sala, a única em que se pode fumar, duas mesas de jogo para os que apreciam.
E o melhor de tudo para mim: sentar e ficar observando a reação dos turistas que chegam ao bar pela primeira vez e ficam olhando tudo com aquela cara de quem não sabe ao certo se é pra rir ou levar a sério um lugar como aquele...
E uma vez lá com meu irmão, nós que esperávamos fazer apenas uma horinha lá, fomos ficando, ficando, bebendo, bebendo, a música estava ótima e cada vez mais descobríamos outra coleçãozinha maluca para olhar, quando vimos já beirávamos as primeiras horas da manhã, fomos os últimos a deixar a casa.
Definitivamente meus encontros com meu irmão estão se tornando insuperáveis no quesito charme.
E definitivamente eu recomendo: uma vez em Lisboa, vá ao Pavilhão Chinês. Depois você me conta...

Serviço:
Pavilhão Chinês
TELEFONE
213424729
LOCAL
Lisboa, R. D. Pedro V, 89
HORARIOS
Segunda a sábado das 18h00 às 02h00
Domingo das 21h00 às 02h00
PREÇO
Consumo obrigatório. Cocktails 7,50€; chás 4,50€; cerveja 3€ (garrafa 3,50€ / caneca 5€); whisky novo 6€; whisky velho 10€.
OBSERVAÇÕES
"Cocktails" preparados no momento; sugestão: coktails "Pavilhão Chinês" e "Vaca Gorda". Encerra apenas a 24 e 25 de Dezembro.
MUSICA
Jazz, Variada, Clássica, Ambiente

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Wooopeeee


E embora este blog não seja político, fica aqui minha homenagem e minha grande alegria por este tão grande passo dado pelo mundo para fazer cair a barreira do racismo.
Valeu Obama, keep us proud!!!!!

Passeio de Um Dia Perto de Lisboa


Eu, na Boca do Inferno, curtindo a imensidão do mar azul...
Estando em Lisboa, uma excelente dica é fazer um passeio clássico por lá, que engloba as cidades de Sintra e Cascais, a praia do Guincho, a Boca do Inferno que é uma encosta rochosa onde as ondas batem com água azul cristalina e o Cabo da Roca, que é o ponto da Europa mais perto das Américas. Este passeio tem duração de um dia e a maioria dos hotéis oferecem excursões para os mesmos. Já fiz este passeio por duas vezes e das duas contratei um motorista de taxi que achei bem melhor.Não paga-se mais caro por isso e você pode parar onde quiser por quanto tempo quiser, almoçar onde bem entender sem ter que parar num desses pega-turistas onde excursões costumam levar os turistas mais desavisados. Aliás, digo já aqui que quase não andei de metrô em Lisboa, pois o trânsito não é pesado, os carros dos taxistas são confortáveis e eles mesmo são simpaticíssimos, além de não ser tão caro como em outras cidades européias. Como eu estava em quatro, fazia mais sentido ir de taxi e dividir a conta do que cada um pagar por um ticket de metrô...
Então converse com os motoristas até achar alguém com quem simpatize, pergunte sobre o trajeto, o número de horas e combine o preço antes.
Mas vamos ao que interessa:
Começamos o passeio pelo Palácio de Queluz,no caminho para Sintra, que era a residência da familia real.

Muito bonito e tradicional, com salas de espelhos,de almoço, quartos rebuscadamente decorados e jardins dignos de estarem em Versailles
Seguimos para Sintra, seguindo direto de carro dá umas duas horas de viagem.

Sintra é um pequeno vilarejo suuuuper antigo, repleto de lindas quintas, lojinhas de artesanato e de toalhas de linho e ainda conta com o Palácio da Pena nos seus arredores. Quem não conhece ainda o Palácio da Pena deve ir sem dúvida para lá pois as fotos saem pra lá de maravilhosas, o lugar é lindo de morrer, é onde a familia real passava suas férias.
Como eu já o conhecia, decidi explorar melhor a cidadezinha propriamente dita, comer o famosíssimo travesseiro de Sintra, que é um doce folhado na forma do objeto que lhe dá o nome, recheado de um creminho de ovos e coberto por açúcar de confeiteiro. É de comer rezando e o melhor, come-se direto na Fábrica que se chama A Periquita e é bem fácil de encontrar.
Uma vez de barriga cheia, fomos conhecer eu e meu marido a Quinta da Regaleira, que é uma casa aberta à visitação pública que mais parece um castelo e era a residência do maior colecionador da obra de Luis de Camões. Recomendo a visita, mas é preciso ter um pouco de fôlego para fazer a subida a pé como fizemos antes de descobrir que na saída de Sintra passaríamos por lá de qualquer maneira, só que de carro. Dãããããã
Saindo de Sintra, fomos direto no Cabo da Roca, que é simplesmente um ponto geográfico com uma rocha indicando sua posição no mundo, o visual é bonito sim, pare para tirar fotos e siga a viagem.
Depois disso vem a minha parte favorita em qualquer viagem: comer!
A Praia do Guincho é perfeita para isso pois conta com excelentes restaurantes à beira mar ou nos altos das falésias e são excelentes em frutos do mar.
Fomos no conhecido Porto de Santa Maria, detentor de uma estrela no guia Michelin.

Comi lá o melhor bacalhau da viagem, grelhado, alto, com muuuuito azeite, alho torrado por cima e batatas ao murro.

Seguimos o passeio até a Boca do Inferno, o ponto do qual falei acima, muito lindo e repleto de turistas. Quem disse que só no Brasil é que tem praia bonita?

E então chegamos até Cascais

que é uma espécie de Saint Tropez portuguesa com lojas e restaurantes de luxo, bares, uma orla badalada, palmeiras nas ruas e toda uma atmosfera chic que faz você pensar que nasceu para esta vida...Pelo menos eu. Ah, não saia de Cascais sem provar o melhor sorvete de Portugal, que é o que se vende na sorveteria Santini. Provei o de morango e ainda não comi nada igual,embora tenham me dito que o de milho verde é ainda melhor! Sei não...

Serviço:
Restaurante Porto Santa MariaEstr. do Guincho
2750-642 CASCAIS
Lisboa - Cascais

Gelados Santini Cascais - Cascais
Avenida Valbom 28-F, Cascais
2750-508 CASCAIS

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um Dia Em Lisboa


Segundo dia em Lisboa, o tempo estava ótimo então resolvemos começar o dia pelo Castelo de São Jorge, que tem uma das mais belas vistas de Lisboa. Gosto de ir nesses lugares pois sempre rendem ótimas fotos para depois da viagem...

Então subimos até lá, tiramos mil fotinhos, curtimos a bela vista e depois fomos descendo ruma ao Alfama, o tradicional bairro português onde ainda se vê roupas nos varais externos e senhoras portuguesas vestidas de preto de um lado para o outro com suas compras no armazém da esquina.
Lembro que a primeira vez em que tentamos visitar Alfama estava muito quente, perto de 40 graus, não aguentamos e voltamos para o hotel. Que diferença então agora voltar ao bairro com a temperatura na casa dos 18 graus!!!
Então a dica é começar mesmo o dia pelo Castelo de São Jorge (vá de taxi para não se cansar somente com a subida, que é grande) e depois ir descendo pois toda a descida em torno já é Alfama como nos explicou uma senhora local que circulava por lá.
Paramos em outro miradouro, o Santa Luzia, também com uma linda vista para o Rio Tejo e aqueles azulejos maravilhosos que a gente não se cansa de admirar.
Mais em baixo, ruelas em paralelepípedo, ladeiras enormes com casarios antiguíssimos, muitas casas com a bandeira de Portugal bem à porta (acho este nacionalismo lindo, coisa que falta aqui, alguém no Brasil que você conheça põe bandeira na porta de casa que não seja em tempo de Copa do Mundo?)para não deixar dúvidas de que este pedaço de Lisboa é autêntico sim senhor. Inclusive ouvi em várias casas o som ligado com os moradores curtindo fado. Fado para eles não é coisa de turista não. É a maior expressão de cultura e alma portuguesa!
Descendo mais um pouquinho encontra-se a Catedral da Sé e logo mais o Chiado!

O Chiado é um bairro bem interessante para andar. Tem o famoso café À Brasileira, que era frequentado por poetas como Fernando Pessoa. Tem a embaixada brasileira. Tem um shopping, o Armazém do Chiado, com excelentes lojas como Sephora, Fnac, Zara e outras tantas elegantes. E tem as lojas mais descoladas da cidade! Encontrei lojas brazucas como a Colcci e a Osklen lá, a maioria na Rua Garret, que é a principal artéria comercial na zona. Além das brasileiras é lá que estão a Cartier, Hermès, Hugo Boss, Kiehl's, a portuguesa Ana Salazar, a Nespresso, a loja de porcelanas Vista Alegre,enfim, uma área cosmopolita cheia de gente descolada (vá num sábado, quando as ruas viram uma festa) que não faz feio em nenhum lugar bacana do planeta!
Ok, era hora do almoço... resolvemos ir num restaurante que havia ganho o prêmio de melhor português pela Revista Veja,o Galito.
Com apenas 40 lugares de diversos prêmios espalhados pelas paredes, esperava que lá eu fosse comer um bacalhau autêntico, mas a primeira surpresa desagradável foi que não haviam pratos de bacalhau na casa à não ser em sopas e açordas. Como assim?
As especialidades do Galito, que fica num bairro afastado, o Canide, na Rua das Fontes 18D, são as sopas e ensopados.
Ok, estávamos lá, o restaurante abarrotado de clientes locais (nenhum turista que eu tenha notado), vamos dar uma chance...

Gostamos de cara dos antepastos: muita variedade, salada de grão de bico com lascas de bacalhau, salada de favas, coelho, chouriço com azeitonas de elvas,folhados, muffins e frituras tipo um risoles que derretia na boca. Tudo incrivelmente gostoso!


Como prato principal, pedi a açorda de bacalhau. Esperava muito mais. Alguns pedaços de pão no fundo do prato, muito caldo de sopa e algumas postas de um bom bacalhau e só. Confesso que embora a qualidade do bacalhau ser boa, me decepcionei com o prato em si e jamais voltaria a pedir uma açorda em Portugal, tão mal impressionada fiquei!

Como sobremesa, pedi uma encharcada que é uma torta feita de ovos e amêndoas, bem molhadinha mesmo e bem encorpada. O nome encharcada tem tudo a ver e como sou louca por doce de gemas, adorei, embora aconselho dividir o doce por duas pessoas, para não enjoar...

De lá do Galito, fomos ao Parque das Nações ver o Oceanário. Gente, é programa para uma vez só na vida e pronto. Já tinha o feito antes e não precisava ter feito novamente. Tem um bom shopping, o Vasco da Gama, mas nada que justifique a visita pois shopping igual a esse tem em qualquer lugar...

Noite em Lisboa, a dica era conhecer as Docas de Santo Amaro e ficar por lá. Estava um frio danado, fomos e encontramos um lugar muito bonito, cheio de restaurantes com cara de simpáticos,porém vazios. O pessoal que ia chegando com cara de sou elegante porém careta, tipo patricinhas e mauricinhos. Ah, descobri que em Portugal, mauricinho é beto, engraçadinho, não? Logo ao lado, um Buddah Bar igualmente vazio. Não esperamos para ver o que acontecia e rumamos para o bairro alto.

Esta foto não é minha, peguei neste endereço aqui, mas traduz muito bem o agito do local.

Gente, vocês não tem idéia do que é aquilo à noite. Animação pura com gente descolada saindo pelo ladrão. Escolhemos um restaurante pela cara, jantamos uma boa comidinha e depois nos dirigimos até um barzinho indicado pela dona do lugar onde estávamos, o Caxuxa.
O Caxuxa funciona como a maioria doa bares no lugar: pequeno, com dj próprio, eficiente bar man e o povo lotando nas calçadas com seus copos de mojitos.
A dica do bairro alto é chegar e ir migrando de bar em bar. Gostou de alguma música? Entre, peça um drink, dance um pouco e depois vá ver qual é em outros bares similares no bairro.
E aqui termina a nossa noite em Lisboa por hoje.