segunda-feira, 28 de abril de 2008

Considerações

Há algumas semanas atrás postei um artigo onde declarei que já dei palmada em filho. Pois bem, agora com essa tragédia da menina Isabella, ficou um pouco "estranho" declarar que uma boa palmadinha ainda tem seu valor.Explico:
VÍ em uma reportagem que o maior número de agressões registradas contra crianças tinham o pai como agressor.Ainda assim, quem bate mais é a mãe. Resumindo: a mãe bate mais por que é ela quem dá as famosas velhas palmadinhas, aqueles tapinhas no bumbum ( minha mãe me dava palmada nas mãos, com elas abertas, espalmadas, e eu tinha de abrir e oferecer minhas mãos para apanhar o que me parece quase uma tortura!), mas o pai, em contra-partida, quando bate, é pra valer mesmo, pai quando bate é agressor.
Eu quando criança vivia apanhando da minha mãe. Todas com razão, eu era muuuuito nariz empinado e muitas vezes dizia coisas que mereciam mesmo um bom tabefe materno! Mas meu pai só me encostou a mão uma vez. Não me lembro o por que, mas levando em conta que dos três filhos, mais os dois adotivos que vieram depois, eu fui a ÚNICA que apanhei dele, eu devo ter aprontado feio mesmo!
Como todo(a) adulto(a), hoje tenho algumas mágoas de meus pais. Mais pelo que deixaram de fazer por mim em algum momento do que pelo que fizeram, inclusive as tais palmadas.Não tenho nehum ressentimento por elas, foram todas palmadinhas mesmo e acho que bem que mereci!
O que aconteceu com a menina Isabella foi agressão, espancamento, e não se deve jamais confundir uma coisa com outra! Gente normal não espanca filho. Gente normal tenta salvar seu filho da maldade dos outros.
Essa menina já devia estar sendo agredida há muito tempo pois não conheço um único caso em que a vítima de espancamento quando sobrevive declara que aquela foi a primeira vez que apanhou!
E aí me pergunto: se ela chegava em casa com manchas rôxas como a mãe da menina disse, por que nada foi feito para protegê-la? A menina afirmou que as marcas eram provenientes das brigas com seu irmãozinho, mas ainda que fossem se eu fosse mãe da menina já tinha ligado para o pai para dizer que minha filha não ia mais para a casa dele se fosse para apanhar! Que eles que tomassem conta direito dela, que não deixasse o irmão bater nela, ah, que é isso minha gente?
Fico com a impressão que ninguém ligava muito para essa menininha, que o Brasil lamenta mais por ela do que a própria familia, e não querendo julgar ninguém, mas como é que se perde a única filha e no outro dia encontra forças e inspiração para atualizar o Orkut?E vai para show da paz se encontrar com a Xuxa e com a Ivete Sangallo?
Quanto aos assassinos, que ardam no fogo do inferno, como dizia Glória Perez na novela O Clone! E que tudo o que fizeram a menina passar lhes suceda em dobro!

O Povo Quer Bacalhau

Claro que ninguém mais aguenta falar ou até mesmo ler sobre o caso Isabella. pelo menos todo mundo que tem uma vida! Mas não poderia deixar de comentar sobre a reportagem de ontem do Fantástico, para mim a melhor dos últimos tempos, porque mostrou como a população realmente se diverte com a desgraça alheia! Muito oportuna mesmo a reportagem e tomara que a próxima vez que uma turminha de suburbanos se reunirem no pagode na casa da sogra e tiverem a original idéia de ir até a porta de delegacia para gritar justiça para a Isabella só para aparecer na tv, tenham pelo menos vergonha!Fala sério, qual é a motivação de um monte de mulher mostrando a barriga (com aquele monte de pneus saltando para fora da calça de cintura baixa)tomarem sabe se lá quantos ônibus com cartaz de cartolina nas mãos para gritarem impropérios contra os prováveis assassinos da pobre menina? E o que dizer daquele senhor que apareceu de anjo no meio da rescontituição do crime para reclamar que a miséria da familia era uma tragédia ainda maior do que a ocorrida alí? O velhinho depois de chorar na tv, andou até o carro (sim, o coitado-morto-de-fome tinha um carro),guardou as asinhas e se mandou provavelmente a tempo de comer a última redonda de domingo em alguma pizzaria de quinta!Que vergonha! Sinceramente a única coisa que posso pensar ser pior do que o que aconteceu com Isabella é ter nascido num país onde o próprio povo se deleita e tira proveito da desgraça humana. Inclusive o Fantástico que fica esticando o assunto atééééé não poder mais! Fotos da pegada e da tesoura usada pelo assasino, o que me interessa isso? Por acaso alguém depois de ver as tais fotos pensou "Ah, agora sim,agora ficou tudo claro,elucidei o crime!?"...Fala sério, que curiosidade mórbida é essa que essa gente tem? O Fantástico sabe bem o povo que tem como telespectador e como diria Chacrinha:" Se eles querem bacalhau, vamos dar bacalhau!"

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Beba e Dê Vexame


Hoje estava de bobeira em casa revendo uns álbuns antigos quando dei de cara com uma foto minha, assim com uns 20 anos, com um cigarro na mão (detalhe:eu não fumo nem jamais fumei)e uma pirâmide de caipirinhas na minha frente, os copos já devidamente vazios e eu lá, com uma cara do tipo "ninguém-está-reparando-que-estou-chamando-urubu-de-meu-louro".
É gente, eu já bebi e dei vexame.E foi ótimo! Claro que no outro dia eu passei mal pra caramba, mas faz parte.Acho que beber e dar vexame toda mulher deve fazer isso pelo menos uma vez na vida.Que seja em algum lugar seguro, na companhia dos amigos/namorado/marido, mas que deve fazer deve, pois só se vive uma vez, pelo menos com o mesmo rg pra quem acredita em reencarnação.
Tem certos "erros" que quem não cometeu é por que não viveu.Já me apaixonei e desapaixonei, namorei mehor amigo pra depois me arrepender,também já namorei escondido da minha mãe com alguém que não era "aprovado" pela familia, já dancei em cima da mesa em festa,quebrei a cara tantas vezes que já até perdi a conta. Mas continuei aqui de pé.
Tirei nota vermelha,furei aula,fui expulsa de sala por gargalhar mais alto de uma piada que estava ouvindo do que a professora falava. Já dei muita cola também.Morei em outro país, voltei, viajei o mundo todo,casei uma vez, separei,casei de novo.
Ando meio insatisfeita com o trabalho e não sei se vou ficar muito tempo no ramo em que estou, é que sou igual cigana, não consigo permanecer muito tempo num mesmo lugar e minha cabeça está sempre ligada em novas informações. Sei lá onde vou estar daqui há 10 anos? Espero estar feliz e é só!
Hoje aprendi a beber com classe.Não dou mais vexame nem vou subir na mesa com quase 38 anos,já pensou que cena patética?
Mas nem por isso vou me furtar de cometer outros erros deliciosos.Pensando bem, será que são erros mesmo os que cometi? Eu prefiro chamar de "viver"!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Mamma Mia


Caraaaaaca, Mamma Mia vai virar filme!!!! Ou melhor,já virou, estréia ainda este ano e com Meryl Streep e Colin Firth no elenco!Sério, não fico empolgada assim com uma estréia desde que soube que o filme de Sex And The City ia finalmente sair (e que por acaso também estréia ainda este ano).
Eu assisti ao musical Mamma Mia ainda em primeira mão, na West End de Londres, quando ainda nem tinha estreado na Broadway e amei! Foi num dia sui generis, o exato dia do falecimento da Rainha Mãe inglesa e eu nem tinha certeza se tudo funcionaria normalmente ou se algumas atrações como musicais e boates não iriam simplesmente fechar neste dia em sinal de luto. Que nada! Aparentemente a morte da Rainha Mãe não causou grande comoção dos súditos ingleses não. Passamos do dia da morte dela mais uma semana e não vimos nada de anormal acontecendo nem no Palácio de Buckinham. Algumas poucas flores discretas deixadas pelos fãs e nada além disso.Muito diferente da balbúrdia que foi quando do falecimento da princesa Diana, essa sim adorada como Deusa por lá.
Enfim, fomos ao Mamma Mia que é um musical que conta a estória do casamento de uma jovem que convida para a festa (realizada num fim de semana em algum lindo lugar da Grécia) três homens que ela acredita terem a possibilidade de um deles ser seu pai verdadeiro. Claro, o musical é uma comédia e das melhores, além de ser embalada pelas canções do grupo australiano (ou será sueco?) Abba, aquele dos hits Dancing Queen e da breguíssima Fernando.
As músicas são super divertidas, casam muito bem com todas as cenas da peça e tudo fica engraçadíssimo no final. Final aliás onde todo mundo se levanta e dança!Eu amei!
E agora, para quem ainda não teve o privilégio de conferir o musical em Londres ou em N.Y, pode se deliciar com o filme, que com um elenco de prima desses tem tudo para ser um enooooorme sucesso, afinal de contas Meryl é esperta e não ia se meter em fria!
Tô louca para assistir...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Palmadinha de amor não dói...

Vi na internet uma declaração da Gwyneth Paltrow (fala sério, ninguém merece esse nome esquisito)falando do quanto é duuuuro ser mãe, que vive exausta com os cuidados com os pequeninos.É,duro é mesmo Gwyneth. Mas certamente é mais duro pra mim do que pra você que deve ter duas enfermeiras para cada filho fazendo plantão 24 horas. Ah, que é isso meu bem? Vai dizer que não tem, que cuida vc mesma das fraldinhas sujas e deu de mamar por nove meses? Duvido...Não estou aqui falando mal de ninguém, cada uma com seus privilégios, mas o fato é que não dá pra ser uma super mãe presente o tempo todo e sair ganhando Oscars por aí.Não dá mesmo!
Vocês acham que se a Angelina Jolie tivesse que ficar acordada à noite dando de mamar, trocando fralda suja, botando pra arrotar e se virando com berros intermináveis de bebês com cólicas ela teria adotado tantos filhos?
Vocês acreditam realmente que é a Madonna mesmo que toma a lição de casa de Lôla e seus dois irmãozinhos menores?
E a Victoria Beckham que vive anunciando ao mundo cooooomo ela é uma suuuuper mãe, caraca, qual é a super mãe que consegue estar com aquele cabelo em que nenhum fio sai do lugar o dia todo. Eu as vezes só falto arrancar o meu com a molecada aqui de casa!
Eu já troquei muita fralda, já botei pra arrotar, já fiquei com o peito todo rachado de dar de mamar, já passei noite em claro com filho que não dorme, já tive que inventar estorinha nova por que o menino cansou de ouvir as velhas, já perdi a calma inúmeras vezes, já dei palmada e botei de castigo.
Já viu algum famoso declarar que já deu palmada em filho? Não, imagina, tudo se resolve com psicologia e não tem nada que um bom diálogo não resolva...Pois sim! Depois de mandar a sua filha parar de implicar com o irmão pela décima vez e ela fingir que não te escuta, ou pior,te escuta muito bem e simplesmente te ignora, quero ver se uma palmadinha não resolve melhor...
Palmadinha, também não é pra ninguém sair por aí espancando criança minha gente, eu disse aquela palmadinha no bombum que sua avó com certeza dava na sua mãe e nem por isso deixou ela traumatizada.

Comer Rezar Amar


Bem, então vamos lá.Estou lendo um livro que está me consumindo, o sugestivo título é Comer Rezar Amar, de Elizabeth Gilbert(Ed. Objetiva). O livro conta a experiência desta mulher,jornalista e escritora na faixa dos 34 anos, que após sair de um divórcio traumático seguido de uma paixão que a deixou praticamente sem nenhuma reserva emocional,resolve largar tudo e partir em uma viagem de um ano primeiramente pela Itália, onde ela resolve se dar ao luxo de viver quatro meses sem nenhuma culpa comendo tudo o que havia pela frente e aprendendo a falar italiano;depois experimentar uma vida de reclusão e devoção na Índia onde ela conseguia meditar as vezes por quatro horas seguidas, para depois seguir para a Bali, onde tentaria encontrar o equilíbrio entre o mundo real e o espiritual.
Claro que a parte da Itália foi a mais divertida de ler, afinal que mulher não sonha em passar por uma experiência de gastronomia sem culpa? Eu pelo menos queria. Não sei o que é comer sem culpa há pelo menos 20 anos...E ainda cercada de gente bonita, alegre e charmosa como os italianos são.
Já a parte da Índia, confesso que me deu um trabalhão para ler.É que eu nunca entendi bem em que pode me ajudar o fato de passar 4, 5 horas inteiras sem fazer absolutamente nada só entoando algum mantra em sânscrito.Mas achei que devia ler, que ando muito afastada da espiritualidade e confesso a vocês, á houve um tempo em que fui bem mais espiritualizada do que agora, um tempo em que eu frequentava reuniões de estudo sobre o evangelho espírita e realmente VIVIA o espiritísmo em minha vida, dedicando-me a entender e aprender esta doutrina que até hoje tanto me toca!Acabei aprendendo muitas coisas novas com a parte da Índia, novas maneiras de olhar a vida e de encarar as inevitáveis decepções por qual a gente passa no cruzar do nosso caminho.Tive vários "insights"...
Agora estou na parte de Bali, e adorei uma passagem onde ela encontra uma brasileira morta de linda e uma amiga sua pergunta por que ela não poderia ser como a tal brasileira,uma vez que Elizabeth é daquelas americanas sem graça que se acha velha aos 34 anos e só veste jeans surrado e camiseta velha (que convenhamos é o tipo de roupa que só fica sexy em modelo fazendo foto para revista).Então a autora responde: " Impossível, ela é brasileira!" O que siginifica dizer que ela tem carisma,sabe se vestir com elegância, é alegre, esfuziante e tem um charme insistente, uma beleza que está lá nas 24 horas do dia mesmo que ela esteja numa missão na África.
Adorei né?

Será que vai?

Essa é uma tentativa de fazer renascer o meu antigo blog com o mesmo nome, que eu escrevia com tanto carinho e por motivos pessoais que não vale a pena relatar, abandonei! Vou logo avisando que não sei se vai dar certo,simplesmente tantas coisas aconteceram comigo neste hiato de tempo que já não sei mais se as palavras vão sair com a mesma naturalidade que saiam antes. Reconheço ainda que no meu blog anterior falava muito da minha vida pessoal e não podia deixar de ser diferente já que como o próprio nome já entrega, trata-se de uma página destinada a falar de todas as loucuras e banalidades da vida de uma mulher nessa fase em que a gente (como eu dizia no blog anterior) é velha demais para dançar em cima da mesa ( e eu adorava fazer isso...) e nova demais para abandonar as pistas de dança (acho que vou ser daquelas velhinhas ridículas que se enchem de maquiagem e saem para dançar pelos bailes da vida).
Com este aqui vou tentar fazer um pouquinho diferente!
Vamos ver no que vai dar...