segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Primeiro Capítulo


EU, DE CASACO NOVO COMPRADO NA ZARA
Oi gente, finalmente cheguei. E vou contar a minha viagem para vocês em pequenos capítulos.
Como já tinha dito,há dez dias atrás parti para uma pequena viagem com meu marido e mais um casal de amigos com destino a Barcelona e depois Lisboa. Já tínhamos visitado as duas capitais antes então foi mais um reencontro. Mas que reencontro maravilhoso este.
Agora vou logo avisando: viajar para a Europa saindo do Brasil definitivamente não é coisa para principiantes. Ainda mais quando se sai de uma cidade como Belém, que não tem vôos diretos para nenhuma cidade do exterior. Isso mesmo, nenhum, então todas as viagens internacionais viram verdadeiros e enormes desafios ao cansaço e à paciência. Tomemos minha mais nova viagem como exemplo:pegamos um avião saindo daqui com destino à Fortaleza, as nove horas da manhã. Chegamos na cidade ao meio dia mais ou menos sendo que o vôo para Lisboa só sairia as oito da noite. Metade do dia para esperar e ninguém sabia o que fazer... Resolvemos ir direto à um restaurante, o bom Camarões, que fica na praia de Meireles, bem na orla, é grande e elegante, despojadamente bonito e que serve bons pratos a base de frutos do mar como o nome sugere. Recomendo. Claro que o almoço terminou ainda cedo para ir para o aeroporto mas como ninguém do grupo estava se sentindo in the mood para fazer turismo em terras cearenses, resolvemos voltar mais cedo mesmo para o aeroporto para fazer o check in com tempo de sobra e poder desfrutar logo do freeshop.
Só, que o balcão da TAP só abre para o check in três horas antes do vôo então tivemos mesmo que ficar sentados na área de alimentação esperando que o referido balcão abrisse. Ok, abriu, fizemos o check in e tivemos a informação de que nosso vôo iria atrazar. Juro, quem nunca viajou por Tap antes que jogue a primeira pedra, não me surpreendi. O atrazinho foi de mais de duas horas o que sinceramente me deixou muito preocupada pois em Lisboa iríamos ter nova conexão, para Barcelona.
Finalmente estávamos sentados em nossos lugares no avião. Dei uma olhada nas tvs individuais para ver se os filmes anunciados na revista da empresa estariam mesmo passando. Resposta: não! Nenhum filme que prestasse e mesmo assim, ainda que escolhesse algum teria de me submeter ao horário da própria tv que passava todos os filmes simultaneamente a partir de uma certa hora que só sendo mágica para descobrir.É, esse vôo ia ser longo...
Chegamos finalmente, depois de umas seis horas e quarenta minutos de puro tédio e dores nas costas. E fomos logo conduzidos à uma fila gigantesca para fazermos o controle de imigração. Chegou a nossa vez e eu e meu marido nos dirigimos à um senhor que nos fez algumas perguntas básicas, tipo quantos dias iriamos ficar em Lisboa, em Barcelona, nomes dos hotéis, etc, etc... Até aí tudo bem, já sabia que a imigração de Portugal é bem chatinha mesmo. O que me deixou sem entender nada foi o interesse do agente federal na minha profissão. Primeiro ele perguntou o que eu fazia:
-Empresária.
"-De quê?"
-Tenho uma empresa de fabricação de bolos e doces artísticos para banquetes e grandes festas.
"-Mas é uma empresa mesmo?"- juro que não saquei qual era a desse senhor de perguntar uma coisa dessas. Mas ok, continuei com a paciência de Jó...
-Sim, senhor. É uma empresa com 14 funcionários.
"-E faz bolo?"-ai Jesus...
-Claro"
"-Mas a senhora faz os bolos pessoalmente?"
A essa altura eu já estava achando que o cara queria me contratar para a festa de casamento dele ou algo do gênero, já que até agora não entendi o que isso poderia ter a ver com a minha permanência na Europa.
-Sim senhor, faço alguns, outros minha equipe faz.
"-Ah, então a senhora não precisa mais colocar a mão na massa..."
-Não senhor, não preciso.
E assim, meu passaporte recebeu o devido carimbinho de boas vindas.
E corremos para tentar pegar o vôo da conexão que graças à Deus e à Tap, também estava atrazado. Passamos novamente pelo raio x, tira o blazer, meu marido tira a jaqueta e como se tivéssemos tempo sobrando, a esquece lá, só lembrando quando já estávamos na fila de embarque. Corre de volta, pega a jaqueta e somos os últimos a embarcar...
Ufa, estávamos novamente sentados em nossos lugares em nosso terceiro vôo em menos de 24hs tentando relaxar, quando se sentou junto de nós, juro, o homem mais fedorento que já havia visto-ou sentido nesta minha vida! Pegue toda a catinga que há neste mundo. Agora triplique: pronto, é mais ou menos assim que o moço cheirava. E num vôo lotado sem possibilidades de troca de assento. Me encolhi na poltrona, literalmente passando mal, peguei meu casaco e me cobri toda com ele passando as próximas duas horas sem tirar a cara para fora nenhuma vez. Minto, tirei umas duas vezes e me arrependi amargamente.
Por fim, chegamos em Barcelona. Alívio? Nãããããão, nada disso. Nossas malas foram todas extraviadas. TODAS!!!! A minha, a de meu marido, a dos meus amigos.
E assim, descobri como é sim possível viajar com pouca roupa meus amigos. Ainda que por um dia e meio. Viu como a necessidade ensina?
Nunca em toda a minha vida achei que fosse começar uma viajem para a Europa pela ZARA mas foi assim que aconteceu. E amanhã eu conto o resto...

2 comentários:

Claudia Pimenta disse...

oi julia! bem-vinda! aguardo as news! bjs!

Antonio Da Vida disse...

nossa, que início de viagem micado hein? Ainda bem que terminou tudo bem! :-)